Perto de acabar o terceiro ano do seu mandato e sem nenhum grande feito para apresentar, o prefeito de Capelinha, Tadeuzinho Fernandes Abreu (PSC), resolveu apostar tudo em um mega projeto intitulado “20 anos em 1”. O projeto foi apresentado em evento no Galpão Cultural Professora Maria Odeth Sampaio na noite de terça-feira, 3 de setembro.
Sem divulgação nas redes sociais, somente quem pode comparecer ao lançamento do projeto tomou conhecimento das ideias da prefeitura. Também não houve transmissão pelas redes sociais, como as “lives” do Facebook.
O projeto consiste na construção de nova sede para a prefeitura e um novo parque de exposições em uma área total de 10 hectares localizada fora da cidade, na rodovia que liga Capelinha a Água Boa. O projeto apresenta ainda um espaço reservado ao Corpo de Bombeiros, cuja instalação em Capelinha ainda não foi confirmada.
O projeto foi batizado de “20 anos em 1” e, conforme a apresentação, as obras seriam construídas com dinheiro arrecadado da venda de dois dos mais importantes patrimônios do município: o pátio localizado no anel rodoviário e o atual parque de exposições, que fica na entrada do Bairro das Acácias. A prefeitura calcula que pode arrecadar em torno de R$ 12 milhões com as duas negociações.
A proposta da prefeitura provocou polêmica nas redes sociais. Enquanto na página oficial da prefeitura a maior parte dos comentários era a favor, os perfis ligados à oposição foram abarrotados de críticas e questionamentos sobre a viabilidade das propostas.
Em 2016, o então candidato registrou na Justiça Eleitoral seu programa de governo onde se comprometia a executar ações em saúde, educação, transporte rural, segurança, urbanização, transparência administrativa e programas para diversas outras áreas, como cultura, lazer e geração de emprego e renda.
O principal questionamento era em relação à distância da nova sede da prefeitura do centro da cidade, uma vez que a construção seria na rodovia MG-120, o que dificultaria o acesso às secretarias municipais.
Mas também houve quem perguntasse se diante da crise atual uma obra como essa era realmente prioridade, já que em nada impactaria na geração de empregos, nas condições de saúde e educação, na melhoria da vida dos agricultores familiares ou dos jovens em geral.
Para passar adiante, a proposta de vender os bens públicos tem de ser aprovada pela Câmara Municipal. Alguns vereadores já se posicionaram sinalizando a necessidade de discutir melhor o projeto e inclusive abrir as informações para toda a população, já que a apresentação ficou restrita a quem compareceu ao evento.