O Brasil registrou, no ano hidrológico 2020/2021, o menor índice de chuvas em 91 anos, o que configurou um cenário de crise hídrica. A estiagem, associada à escassez que já era registrada nos anos anteriores, levou à redução do volume dos reservatórios das hidrelétricas a níveis críticos, ameaçando a geração de energia, a navegação e o abastecimento de água. A situação em Minas Gerais não é diferente do restante do país, com a menor média histórica registrada em toda a extensão das bacias que são analisadas pelos órgãos de monitoramento hidrometeorológico.
Apesar do período chuvoso no Estado ter iniciado em outubro, a crise está distante do seu fim. No dia 26 de novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária de dezembro continuará sendo a de escassez hídrica, com previsão de estendê-la até abril de 2022. Isso acontece porque, com a queda no nível dos reservatórios, o governo aciona as termelétricas para atender à demanda de energia, que além de mais poluentes, são mais caras. O aumento da produção das termelétricas, além de pesar no bolso do consumidor, contribui para o aquecimento global e consequentemente para as mudanças climáticas, principal causa da alteração na frequência e na intensidade das chuvas, ou seja, são crises que se retroalimentam.
Diante desse cenário, é necessário que o governo, as organizações e a sociedade civil se engajem em ações para captação de água, preservação de mananciais, consumo consciente e redução da poluição do ar. A Aperam BioEnergia, empresa produtora de carvão vegetal, tecnologia, mudas e sementes no Vale do Jequitinhonha, tem realizado, há vários anos, diversos projetos sustentáveis de uso racional da água, além de contribuir para a redução de gases poluentes na atmosfera por meio do cultivo de uma extensa área de florestas. Sua controladora, a Aperam South America, no Vale do Aço, utiliza como fonte de energia para a produção de aço o carvão vegetal obtido nas florestas renováveis de eucalipto cultivadas pela BioEnergia, no Vale do Jequitinhonha. Com isso, além de tecnologias como o Queimador de Gases, que reduz a emissão de fumaça na atmosfera, durante o processo de carbonização, a siderúrgica detém a menor pegada de carbono do segmento de aços inoxidáveis e elétricos, e caminha para se consolidar como uma empresa carbono neutra.
Especificamente em relação à água, uma das metas globais do grupo Aperam, até 2030, é reduzir o consumo em até 40% por tonelada de chapa produzida. Na planta industrial em Timóteo, o Plano Diretor de Recirculação de Água, iniciado em 2020, mostra resultados positivos. O projeto promove, além de sustentabilidade, maior eficiência em todo o processo da Empresa, evitando o desperdício desse recurso imprescindível. Já na Aperam BioEnergia, o consumo de água é regulado do início ao fim do processo produtivo do carvão vegetal. Além disso, são desenvolvidos diversos projetos relacionados às boas práticas de conservação dos recursos hídricos, envolvendo instituições públicas, governamentais e não-governamentais, e as comunidades de Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina e Veredinha, municípios onde a Empresa atua.
De acordo com Edimar Cardoso, diretor de Operações da Aperam BioEnergia, as ações de preservação da empresa para a preservação do meio ambiente passam pela inovação e controle dos processos e sempre envolvem a comunidade: “Ao utilizar os recursos naturais, trabalhamos dentro de todos os parâmetros legais e recebemos a certificação em Manejo Florestal e Cadeia de Custódia do Forest Stewardship Council® (FSC®), instituição de grande reputação internacional, o que assegura que toda a produção é feita de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável. Especialmente em relação à água, temos a meta de reduzir em 32% a sua utilização, até 2030, e desenvolvemos projetos e ações para sensibilizar a população sobre a importância do uso consciente da água, para que possam contribuir, de forma prática, para a sua preservação”, detalha.
Diversas ações integram o planejamento da empresa em prol de um consumo hídrico mais consciente, como a otimização dos recursos hídricos em todos os processos; a concentração do plantio de mudas em períodos chuvosos; a recirculação de água no viveiro de mudas; a construção de piscinões para acúmulo de água da chuva e utilização nos processos; a construção de caixas de contenção nas florestas; o desenvolvimento, com parceiros, de capacitações em construção de fossa séptica, recuperação de áreas degradadas e recuperação e proteção de nascentes; ações de educação ambiental, dentre outras. Saiba mais sobre essas iniciativas:
Piscinões
A Aperam BioEnergia construiu 40 piscinões impermeabilizados em pontos estratégicos, próximos às áreas de manejo, que juntos acumulam até 260 mil m³ de água da chuva. A água coletada é utilizada nos processos produtivos da Empresa e, devido à impermeabilização do piscinão, mantém-se disponível para uso por mais tempo. Após a instalação dos piscinões, foi possível eliminar a necessidade de captação de água em barragens para uso nas Unidades de Produção de Energia Renovável.
Concentração do plantio em períodos chuvosos
Toda a estratégia e planejamento do plantio foi revista e hoje o plantio na Aperam BioEnergia é concentrado durante o período chuvoso, para reduzir a necessidade de irrigação. O consumo de água anual para irrigação, que era de aproximadamente 100.000 m³, hoje foi reduzido em 90%, sendo utilizada, quando extremamente necessário, água dos piscinões.
Recirculação de água
No Viveiro de Mudas, a água utilizada na irrigação e que não é absorvida pelas plantas é direcionada aos tanques e, posteriormente, reutilizada na produção das mudas. Em 2020, o índice de recirculação foi de 24,4%.
Caixas de contenção
A Aperam BioEnergia construiu caixas de contenção nas florestas que funcionam como um reservatório e que, por meio de uma cavidade escavada nas margens da estrada, retêm a água da chuva. Uma vez captada, lençóis freáticos recebem uma recarga de água por infiltração, o que também ajuda a evitar erosões nas estradas. As caixas são construídas e monitoradas nas regiões de Itamarandiba, Turmalina, Minas Novas, Veredinha e Capelinha.
Água Nossa de Cada Dia
O programa tem o objetivo de mobilizar as comunidades por meio de uma rede de conscientização para que todos assegurem o cuidado e valorizem as áreas de preservação que mantêm os cursos d’água, por meio de eventos e seminários nas comunidades, envolvimento de instituições públicas, desenvolvimento de ações de recuperação e proteção das nascentes, recuperação de áreas degradadas e cursos d’água, além de desenvolvimento de tecnologias internas que possibilitam ainda mais o uso eficiente dos recursos naturais.
Água, um direito de todos
A iniciativa, apoiada pela Aperam BioEnergia através do Edital de Projetos da Fundação Aperam Acesita, consiste na realização de obras para melhorar o sistema de abastecimento de água potável dos moradores de Quilombo e Santiago, comunidades localizadas em Minas Novas. Com o projeto, foi possível a construção de barramentos, instalações de caixas d’água e novas tubulações, beneficiando dezenas de famílias.
Fossas sépticas ecológicas
Trata-se de outra iniciativa apoiada por meio do Edital de Projetos da Fundação Aperam Acesita, realizada na comunidade de Barra do Setúbal, em Itamarandiba, atendendo 55 pessoas.
Educação Ambiental
Para atingir os resultados necessários, atividades de conscientização também são realizadas no âmbito educacional. Formações, campanhas, gincanas, entre outras atividades são realizadas juntamente com a comunidade.
Prevenção e combate a incêndios florestais
A Aperam BioEnergia possui uma estrutura equipada para prevenção e combate a incêndios, como torres de vigilância com câmeras de alta resolução em pontos estratégicos, corpo de brigadistas próprio e um canal 0800 para receber denúncias da comunidade. A empresa é parceira da Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) em campanhas de prevenção e combate aos incêndios florestais em Minas Gerais, e capacita empregados e parceiros em cursos de Brigadistas, além de realizar ações de conscientização junto às comunidades do Vale do Jequitinhonha nos períodos de seca, como a Semana Integrada de Proteção a Incêndios (SIPIN), em julho. Em 2021, a empresa investiu mais de 3 milhões de reais em ações de conscientização, prevenção e combate a incêndios. De acordo com o relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, divulgado em agosto, os incêndios florestais aumentam as emissões de gases poluentes, comprometem a cadeia alimentar e aumentam a erosão do solo e o assoreamento de córregos e rios.