Aindependência do Brasil completou 202 anos. Em 2024, o desfile cívico-militar trouxe significados que vão além das celebrações habituais em torno do 7 de setembro. A festa foi organizada em três eixos, um deles voltado à saúde, enfatizando a recuperação das altas coberturas vacinais no país e também a ampliação dos serviços de atendimento, como a retomada do programa Mais Médicos. O Zé Gotinha, mascote do Sistema Único de Saúde (SUS), desfilou juntamente com os médicos no caminhão do Corpo de Bombeiros, representando o Movimento Nacional pela Vacinação. Profissionais da Força Nacional do SUS que atuaram na emergência causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul também participaram da solenidade.
Em pronunciamento à nação, nesta sexta (6), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou a volta de políticas públicas que fortalecem a democracia. “A vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta as políticas de inclusão social que retiraram milhões de pessoas da pobreza. Permitiu que tivéssemos, de novo, uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil. Que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade. Que a ciência derrotasse o negacionismo. E que o combate a todas as formas de desigualdade voltassem à ordem do dia”, declarou.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembrou que o SUS é uma das mais importantes conquistas democráticas da história. “Democracia é a matéria-prima para a construção de um Brasil mais equânime, mais justo e mais inclusivo, preceitos que pregamos na reconstrução do Sistema Único de Saúde. Nossos avanços e conquistas são coletivos. Com o Movimento Nacional pela Vacinação, a sociedade brasileira resgatou a cultura de imunização, motivo de orgulho no país e de reconhecimento internacional”, defendeu.
Foto: Matheus Alves/MS
Como resultado, o Brasil avançou na imunização infantil e conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. Em 2021, o Brasil ocupava o 7º lugar do ranking e, em 2023, ele não faz mais parte da lista. O número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, caiu de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023. O número de crianças brasileiras que não receberam a DTP3 também caiu: de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde tem incentivado a participação do Zé Gotinha, ícone histórico da imunização e da defesa pela vida, em eventos por todo o Brasil. O personagem é considerado um aliado importante no processo de educação e combate às falsas notícias, pois conta com a confiança da população brasileira. O Zé Gotinha surgiu de um movimento dos países latino-americanos para a erradicação da poliomielite e se transformou no representante da imunização de crianças e adultos no Brasil.
O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, declarou que neste 7 de setembro há um resgate do sentimento do orgulho nacional e a imunização também é um orgulho no Brasil. “Temos orgulho do PNI, do nosso calendário com ampla oferta de vacinas. Temos orgulho da rede que foi criada ao longo de décadas, orgulho de eliminação de várias doenças. Orgulho do Zé Gotinha, símbolo da vacinação. Foi com as altas taxas de imunização que nós eliminamos a paralisia infantil e a rubéola, não temos mais casos de sarampo e várias outras doenças preveníveis, hoje totalmente controladas”, disse.
Mais médicos e mais assistência para os brasileiros
Em 2023, o governo federal também retomou o programa Mais Médicos para garantir atendimento de qualidade, principalmente em regiões de maior vazio assistencial, além de trazer aos profissionais a oportunidade de qualificação e aperfeiçoamento em saúde da família e comunidade, com incentivos e benefícios para atuação nas regiões de maior vulnerabilidade social.
Hoje, em todo o país, são mais de 25 mil médicos atendendo a população, um crescimento de 92% comparado a 2022. “Ao se inscrever no programa Mais Médicos, os profissionais assumem um compromisso com a cidadania: 60% dos profissionais estão nos municípios mais vulneráveis do país”, complementou a ministra Nísia Trindade.
Segundo ela, desde o início da gestão, a quantidade de médicos nos territórios indígenas mais do que dobrou, passando de 242 em 2022 para 541 profissionais atualmente. Isso representa um crescimento de 123%. Além disso, em 2024, foi lançado o primeiro edital com vagas afirmativas para negros, indígenas e pessoas com deficiência. O número de inscritos por vaga foi recorde, com um total de 33 mil inscrições para 3,1 mil vagas.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
SUS presente na reconstrução do Rio Grande do Sul
O desfile de 7 de setembro, em Brasília, também trouxe a participação dos profissionais da Força Nacional do SUS, que atuaram incansavelmente desde o início da emergência causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, com atendimento e assistência em saúde para a população gaúcha. A Força Nacional do SUS mobilizou mais de 634 voluntários e realizou mais de 25 mil atendimentos de urgência e emergência. Foram distribuídos pelo menos 100 kits emergenciais aos municípios, com insumos e medicamentos.
Agência Brasil