O jovem Luiz Felipe, de 17 anos, agredido no Instituto de Educação de Minas Gerais, morreu na manhã desta terça-feira (20), no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. A morte foi confirmada pela Secretaria de Estado de Educação e pela equipe médica.
Segundo Valdênia Evangelista, tia e responsável por Luiz Felipe, o velório será em Minas Novas e o enterro será em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. O corpo ainda não foi liberado. Emocionada, ela falou sobre a perda do jovem. “Meu menino morreu às 6h15. Se sobrevivesse ficaria vegetando. A Justiça deve ser feita. Mas isso é o que menos importa. Queríamos mesmo o Luiz aqui”, disse.
O suspeito é um colega, Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18 anos, que teve a prisão convertida em preventiva. Segundo a escola, ele tem histórico de agressividade. Nesta quarta-feira (14), os jovens jogavam futebol, durante o recreio, quando teria ocorrido um desentendimento entre a turma.
A vítima foi agredida com socos e pontapés, tentou fugir, mas foi perseguida. Imagens do circuito interno da escola registraram a violência. A escola tradicional fica na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Estudante suspeito de agredir colega em escola de BH tem histórico de agressividade
Testemunhas disseram que o adolescente de 17 anos foi atingido de costas com um chute na cabeça. A gravação mostra o momento em que ele é jogado da escada, batendo a cabeça em uma mureta. Hudson aparece nas imagens ajudando a carregar o colega com outros estudantes. Depois, ele se afasta.
Segundo a polícia, a vítima teve traumatismo craniano, com múltiplas fraturas na cabeça e foi submetido a cirurgias.
O socorro foi prestado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Luiz Felipe foi entubado e levado inconsciente para o Hospital de Pronto-Socorro XXIII, onde ficou no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
“Toda a equipe se envolveu e ficou muito sensibilizada. O estado era muito grave desde o início”, disse o médico Marcelo Lopes, diretor assistencial da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
Procurada pela reportagem no dia 15, a família de Hudson não quis gravar entrevista. Por telefone, o irmão dele disse que ele estava jogando bola na quadra e o “menino” ficava dando pancadas de leve em Hudson.
“Ele foi invocado e foi tirar satisfação com o menino. Os meninos começaram a brigar, os dois. Aí, ele foi descendo para a sala de aula e o menino continuou falando. Ele pegou e chutou, mas não chutou com intenção de provocar o que ele provocou”, disse o irmão.
Histórico de agressividade
O estudante de 18 anos que foi preso tem histórico de comportamento agressivo, segundo a diretora do Instituto de Educação de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
“Foram várias, muitas. Mais de 30. Agressões, comportamentos indesejados com colegas, falas, matando aula dentro de escola, né, e a gente buscando”, disse Alexandra Aparecida Morais, diretora do IEMG, sobre o histórico do suspeito, Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18 anos.
Um registro da escola relata que Hudson “não tem compromissos com os estudos e é agressivo com as professoras”. Em outro relato, uma aluna reclama que foi agredida várias vezes pelo jovem.
O estudante ferido nunca se envolveu em brigas, de acordo com a direção do instituto.
O que diz a Secretaria de Educação
A Secretaria de Estado de Educação divulgou nota no fim da manhã afirmando que “recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento do estudante do Instituto de Educação”. Segundo a secretaria, durante todo o período de internação, representantes da pasta e da direção da escola acompanharam a família e deram apoio necessário. A SEE disse que se colocou à disposição da família para conduzi-la a Minas Novas, onde será o velório, e a Turmalina, onde será o enterro.
FONTE: G1