Como aproveitar a pesquisa, a inovação e o conhecimento científico e acadêmico produzidos nas instituições públicas de ensino profissional e superior instaladas na porção Norte e Nordeste de Minas Gerais em favor do desenvolvimento econômico e social do Estado e mesmo do país? Com essa premissa em mente, aconteceu nesta última sexta-feira, dia 13, em Diamantina, a segunda reunião do Grupo Gestor do Programa Aliança Estratégica para os Territórios Norte, Jequitinhonha e Mucuri.
O encontro aconteceu na Sala dos Conselhos da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), e contou com a presença dos secretários-adjuntos de Ensino Profissional e Superior de Minas Gerais, Marcio Rosa Portes, e de Desenvolvimento Econômico, Elisa Maria Costa. A abertura foi feita pelo anfitrião, o reitor Gilciano Saraiva Nogueira, seguida de explanação do coordenador regional do Aliança Estratégica, Jaider Batista. ‘As portas da UFVJM estão abertas para iniciativas que revertam em desenvolvimento regional e qualidade de vida para a população”, disse o reitor.
‘As portas da UFVJM estão abertas para iniciativas que revertam em desenvolvimento regional e qualidade de vida para a população” | GILCIANO SARAIVA NOGUEIRA, REITOR DA UFVJM
PRODUÇÃO ACADÊMICA A SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO
Durante todo o dia, representantes de várias instituições de ensino expuseram trabalhos em gestação ou mesmo já em curso nas áreas de produção de biodiesel e outros derivados da macaúba (pesquisadores José Carlos Fialho de Resende, da Epamig, e Teddy Marques de Faria, da UFMG Montes Claros); geração de energia fotovoltaica (Davidson Barbosa Dantas, diretor de Capacitação e Qualificação do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas, o Idene, e Bárbara Mara Ferreira Gonçalves, coordenadora do curso técnico em eletroeletrônica do IFNMG de Porteirinha); e, ainda, as iniciativas em curso visando a certificação do queijo do Norte de Minas (Maximiliano Soares Pinto, pesquisador da UFMG Montes Claros).
As apresentações foram encerradas pelo professor Juan Pedro Bretas Roas, chefe do Citec (Centro de Inovação Tecnológica) da UFVJM, que abordou as potencialidades do Minas Inova – um amplo programa de inclusão digital que pretende conectar em rede as 571 unidades de CVTs e Telecentros instaladas em todas as regiões de Minas Gerais, fortalecendo o empreendedorismo local e a capacitação profissional.
DO INTERIOR PARA OS GRANDES CENTROS
Para o secretário Márcio Portes, o encontro em Diamantina cumpriu mais uma importante etapa na consolidação do Programa Aliança Estratégica, ao reunir e coletar contribuições em diversos campos do conhecimento e da produção acadêmica e científica com potencial para gerar desenvolvimento econômico e social a favor de Minas. “O estoque de conhecimento reunido nas instituições de ensino deve ser revertido em favor do desenvolvimento econômico, social e sustentável do Estado, sobretudo no aspecto da melhoria da qualidade de vida da população”, disse.
“O estoque de conhecimento reunido nas instituições de ensino deve ser revertido em favor do desenvolvimento econômico e social do Estado, sobretudo no aspecto da melhoria da qualidade de vida da população” | MÁRCIO PORTES, SECRETÁRIO-ADJUNTO DE ENSINO PROFISSIONAL E SUPERIOR DE MINAS GERAIS
Fortes disse que não foi por acaso que os territórios Norte, Jequitinhonha e Mucuri foram escolhidos para o lançamento do Programa Aliança Estratégica, em outubro do ano passado, em reunião também na UFVJM. “Essa decisão reflete essa nova orientação em curso em Minas, que é dar prioridade às ações e iniciativas a partir do interior para seguir em direção aos grandes centros, e não o contrário, como acontecia antes, quando apenas os grandes centros recebiam atenção enquanto o interior ficava em segundo plano”, afirmou.
“Esse encontro de experiências possibilita que uma determinada pesquisa em curso seja compartilhada e enriquecida com trabalhos similares em outras instituições” | ELISA COSTA, SECRETÁRIA-ADJUNTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Além de representar uma nova visão sobre as potencialidades da produção acadêmica, o Programa Aliança Estratégica pode ainda se traduzir em resultados benéficos de curto prazo para os próprios pesquisadores, como lembrou a secretária-adjunta de Desenvolvimento Econômico, Elisa Costa. “Esse encontro de experiências possibilita que uma determinada pesquisa em curso seja compartilhada e enriquecida com trabalhos similares em outras instituições”, frisou. Ela lembrou o caso da macaúba, tema de um dos trabalhos apresentados na reunião em Diamantina, cujo aproveitamento como matéria-prima para querosene de aviação é tema de uma minuciosa pesquisa em andamento na UFMG.
INSTITUIÇÕES ATENDEM METADE DE MINAS
Minas possui, atualmente, 19 instituições públicas de ensino profissional ou superior, com um efetivo aproximado de dez mil pesquisadores. Destas, situam-se na porção Norte e Nordeste de Minas as sedes da UFVJM, do IFNMG e da Unimontes. Há ainda presença de unidades de outras instituições, como a UFMG em Montes Claros e a UEMG em Diamantina. Em números, a região inteira abrange 45% da área total do Estado de Minas Gerais, concentrando 185 municípios e cerca de 3,2 milhões de habitantes.
Por sugestão do secretário-adjunto Márcio Portes, deverão ser criadas câmaras temáticas para os segmentos da energia fotovoltaica, do biocombustível e da tecnologia para retenção de água, mas outras câmaras poderão surgir a partir das identificações das demandas e potencialidades regionais, nos futuros encontros do Programa Aliança Estratégica. “Uma das ideias é atrairmos novos investimentos a partir da conciliação dos interesses dos investidores com as potencialidades de cada região”, apontou Portes.
FOTOS: ACONTECE COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO