Músicos de Diamantina e região aprendem a transformar a carreira em negócio

O sonho da maioria dos músicos é viver da sua arte. Os artistas sabem que para ingressar no disputado mercado da música brasileira é preciso ter bem mais do que talento. Uma ferramenta que tem ajudado músicos e produtores a gerirem melhor suas carreiras é o Programa de Desenvolvimento de Carreiras na Música. A proposta é capacitar os profissionais dentro da sua área de atuação para estimular o empreendedorismo no segmento. No curso, os músicos têm aprendido que para ter uma carreira bem-sucedida é preciso traçar metas e objetivos bem definidos, além de entender melhor a dinâmica do mercado musical, gestão da carreira enquanto negócio, performance, direitos autorais, distribuição digital, entre outros temas. O programa é uma realização do Sebrae Minas, em parceria com o Investe Turismo, com o apoio da Prefeitura Municipal de Diamantina.

O músico Diego Aguilar faz parte do grupo instrumental Trio And Sax, bastante conhecido no cenário cultural de Diamantina. Ele conta que o programa tem auxiliado na tomada de decisões e a perceber as particularidades da produção e da gestão da sua carreira, principalmente, em questões jurídicas e na legislação. “Entendo que a música tem que ser tratada como um negócio, uma forma de renda e um meio de sobrevivência. Hoje, consigo perceber algumas minúcias em relação a direitos autorais, produção, checklist, performance no palco, repertório, gestão da carreira nas redes sociais, como conseguir recursos por meio de lei de incentivo e coisas que antes eu não mensurava”, disse. 

 A cantora Joyce Amanda dos Santos vive de música há cinco anos. Ela se apresenta em restaurantes, bares e nos palcos de Diamantina. O programa trouxe uma nova perspectiva na carreira da artista. “Tem sido um divisor de águas na minha vida, porque dá uma visão empreendedora da carreira. Geralmente o meio artístico esquece dessa parte. A gente foca muito na performance artística e a questão do empreendedorismo acaba ficando de lado. E precisamos entender que a carreira é um negócio; a música é o nosso negócio”, enfatizou.

Segundo a analista do Sebrae Minas Luciana Teixeira Silva, o programa tem dado suporte para os músicos serem bem-sucedidos nos seus empreendimentos. “Estamos com uma boa avaliação, sobretudo daqueles músicos que tinham uma baixa qualificação em produção musical e dificuldade em visualizar sua carreira enquanto negócio. Obviamente, há alguns que não conseguem se inteirar tanto da parte financeira, mas já estão percebendo que se não entenderem, terão que buscar um profissional para isso. Entretanto, a maioria já tem consciência que o sucesso do negócio musical depende de administração, planejamento e pessoas para auxiliá-los dentro e fora dos palcos”.

Músico formalizado

Para o sucesso profissional, é importante o artista formalizar o seu negócio. A regulamentação é importante para que o empreendedor defina corretamente o porte da sua empresa para o registro, que deverá ser feito antes de começar suas atividades, assim como para a escolha da tributação mais adequada.

O Microempreendedor Individual (MEI) é a forma mais simples e barata de formalização. Nessa modalidade, o músico possui Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), emite nota fiscal, participa de licitações e tem acesso a crédito.

O registro como Microempreendedor Individual (MEI), é um processo simples e menos burocrático, ele é todo feito online. São basicamente sete passos a serem seguidos, que vão de informar sobre a abertura até a confecção da nota fiscal. Após essas etapas, de forma rápida e fácil, a pessoa já terá todos os documentos necessários para começar a exercer sua atividade.

Para ser registrado como Microempreendedor Individual, a área de atuação do profissional precisa estar na lista oficial da categoria, já que o MEI foi criado com o objetivo de regularizar a situação de profissionais informais. Para ser MEI, é necessário: Faturar até R$81.000,00 por ano ou R$6.750,00 por mês; não ter participação em outra empresa como sócio ou titular; ter no máximo um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. O microempreendedor individual terá como despesas apenas o pagamento mensal do Simples Nacional.


FONTE E FOTOS: AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS – MINAS GERAIS